A logística tem sido um dos pilares estratégicos da atuação da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), que ao longo de 2025 intensificou sua presença em campo e o diálogo com os produtores, concessionárias e autoridades responsáveis pela infraestrutura de transporte no estado.
A Comissão de Logística ampliou o monitoramento das condições de trafegabilidade dos corredores de escoamento, coletando dados técnicos, identificando gargalos e transformando essas informações em ações de cobrança direcionadas para assegurar competitividade ao setor produtivo.
Entre as iniciativas desenvolvidas, o Estradeiro Regional no Vale do Guaporé reuniu 12 associados e percorreu 1.625 quilômetros. A atividade possibilitou observar diretamente trechos críticos, rotas alternativas utilizadas por causa de interdições e regiões onde a pavimentação e manutenção ainda não acompanham o avanço da produção agrícola. Essa avaliação prática reforça a importância do trabalho de campo como base para demandas fundamentadas e articulações institucionais.
“Esse ano pedimos para cada região solicitar o seu estradeiro, assim a gente consegue dar mais ênfase e foco naquelas regiões que mais precisam. Levamos alguns representantes do DNIT no caso de rodovias federais, ou da SINFRA se fossem estaduais, para acompanhar” explica Mateus Goldoni, coordenador da Comissão de Logística da Aprosoja MT.
Para Marco Sebben, delegado coordenador do núcleo do Vale do Guaporé “o projeto Estradeiro é uma forma da Aprosoja Mato Grosso dar uma atenção mais constante, mais presente. Conhecendo esses roteiros, essas estradas, eles conseguem fazer uma gestão melhor junto ao DNIT, com o pessoal que é responsável por essa manutenção e conservação e até realização dessas obras de estrada”.
Segundo o delegado do núcleo do Vale do Guaporé, Yuri Nunes Cervo, as más condições das estradas impactam diretamente na produção agrícola de todo o Estado, especialmente no Oeste. Para ele, o apoio da Aprosoja MT junto ao poder público é de suma importância para dar ainda mais visibilidade à região do Vale do Guaporé e viabilizar soluções aos desafios enfrentados pelos produtores. Além disso, Yuri reforça a importância de mostrar as potencialidades de Mato Grosso às demais regiões do Brasil.
“Participar do Estradeiro foi algo extremamente proveitoso. A gente conseguiu observar mais de perto o tamanho, a dimensão da nossa região oeste do Vale do Guaporé. Tivemos representantes até do sul de Rondônia interessados em conhecer a região”, comenta o delegado do núcleo.
Além do Estradeiro, a Comissão realizou visitas técnicas mais frequentes e direcionadas aos principais corredores logísticos. Foram avaliados 8.781 quilômetros, distribuídos entre as rodovias BR-163, BR-364 e antiga BR-174, que compõem os eixos estratégicos do escoamento da produção de Mato Grosso. Essas rodovias são fundamentais para o desenvolvimento do Estado, pois integram os principais corredores logísticos, conectando as regiões produtoras aos portos e mercados consumidores, fortalecendo a competitividade do agronegócio e a infraestrutura de transporte.
As inspeções também incluíram terminais ferroviários em Rondonópolis (MT), Rio Verde e São Simão (GO), o Porto Seco de Anápolis (GO), estações de transbordo hidroviário como Miritituba (PA) e Porto Velho (RO), além dos portos marítimos de Santos (SP), Santarém (PA) e Vila do Conde (PA). Essas visitas permitiram a coleta de dados técnicos, registros fotográficos e análises de fluxo que embasaram as demandas dos produtores junto aos órgãos responsáveis.
A articulação direta com os produtores também fez parte do trabalho deste ano. A Comissão esteve presente em 28 núcleos regionais da Aprosoja MT, apresentando atualizações sobre logística e ouvindo as demandas específicas de cada localidade. Nesses deslocamentos dentro do estado, foram percorridos cerca de 7.500 quilômetros, fortalecendo o diálogo entre base produtiva e diretoria. Somando Estradeiro Regional, visitas técnicas e reuniões nos núcleos, a Comissão de Logística percorreu aproximadamente 17.906 quilômetros em ações de campo ao longo de 2025.
“A gente vem acompanhando o processo da Ferrogrão as obras ferroviárias da FICO-FIOL e Ferronorte, a duplicação da BR-163. Na região Sul, que escoa para o Porto de Santos, a gente acompanha também a questão das Concessões Rodoviárias e seus respectivos pedágios. Nosso trabalho é fiscalizar e levar para o governo as demandas dos produtores, então temos várias frentes em que a Aprosoja Mato Grosso atua”, completa Goldoni.
Todo esse levantamento resulta em mobilização institucional. Os diagnósticos subsidiaram cobranças oficiais junto ao Governo do Estado, Governo Federal, DNIT, secretarias estaduais e concessionárias, visando a recuperação de trechos críticos, o avanço em obras de pavimentação, soluções permanentes para estradas interditadas, e o planejamento de rotas logísticas compatíveis com o crescimento da produção agrícola de Mato Grosso.
Com uma fronteira agrícola em expansão e a necessidade constante de eficiência no transporte, a Comissão segue fortalecendo sua presença técnica e política. Para o próximo ano, estão previstas novas rotas de monitoramento, intensificação das visitas às bases regionais e continuidade da articulação com autoridades, reforçando a logística como um dos eixos estruturantes do desenvolvimento da agricultura mato-grossense.
Por Raiane Florentino - Assessoria de Comunicação
Foto: Aprosoja MT/Bruno Lopes
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