Natural de Palmito, Santa Catarina, o produtor rural Jair Domingos Techio, de 60 anos, construiu em Mato Grosso uma história marcada por trabalho, superação e orgulho em dar continuidade ao legado familiar no campo. Morador do município de Paranatinga, ele carrega consigo as marcas de quem aprendeu desde cedo a valorizar a terra e nunca desistir dos sonhos. Jair chegou no estado em 2010, movido pelo desejo de trabalhar com agricultura em uma região de grandes oportunidades para sua família.
“Vim para Mato Grosso em 2010 e fomos primeiro para Primavera do Leste. Em 2012 nós mudamos para Paranatinga. O meu cunhado já estava na região de Campos de Júlio, então viemos para tentar a vida. Em Primavera do Leste nós arrendamos uma terra e começamos a plantar. Plantamos durante dois anos e depois mudamos para Paranatinga com a família toda. Sempre fui produtor rural e trabalhava com lavoura no sul. Mas, em Santa Catarina, como eram áreas pequenas, a gente mexia com leite. Em determinado momento, enfrentamos uma crise grande no preço do leite e, então, acabamos parando e optamos por mexer com o restaurante. Foram três ou quatro anos assim”, relembra.
A mudança para Mato Grosso trouxe novos desafios. Acostumado ao clima e solo do Sul, Jair precisou reaprender a lidar com as condições do cerrado, investindo tempo e recursos para se adaptar à nova realidade.
“A maior dificuldade aqui em Mato Grosso era conhecimento, porque é uma realidade totalmente diferente do Sul, principalmente a questão do solo e do clima. O clima era bom, mas com relação ao solo tinha que fazer muito investimento. Mas na época, o investimento tinha retorno. No ano passado, nós tínhamos um problema sério com o clima, ou seja, produção muito baixa e custo alto. E sem contar que o produto caiu em torno de 20 a 30% no valor. Então foi uma dificuldade muito grande esses dois anos aqui para a gente se manter no negócio. Inclusive com muitas contas para pagar”, relembra Jair.
Filho e neto de produtores rurais, ele conta que o amor pela agricultura nasceu ainda na infância e hoje se orgulha ao ver o filho e o neto seguirem o mesmo caminho.
“Meu pai e meus avós sempre foram de famílias produtoras. Eu, desde os meus quatro, cinco anos de idade, já mexia com lavoura. E me criei assim, sempre mexendo com lavoura. Como a gente já vem de uma sequência de produtores rurais desde pequeno, é uma coisa que a gente gosta de fazer, então você não tem como parar agora. O mesmo sentimento que o meu pai teve ao ver nós seguir aquilo que ele sempre fez na vida e teve sucesso de conseguir colocar todos os filhos no mesmo segmento. Então, eu conseguindo deixar ele nesse ramo, nesse entusiasmo que ele tem pela lavoura, pela produção, eu acho que para mim é uma vitória. É uma conquista que vai ficar, vai seguir em frente. Hoje, tenho meu netinho com quatro anos que está encantado com as máquinas, então a gente vê que pode ser mais um que vai seguir em frente. Essa é a maior conquista que a gente tem”, afirma com orgulho.
Mesmo nos períodos em que precisou se afastar do campo, o desejo de voltar à agricultura nunca deixou de pulsar. “Lá em Santa Catarina, quando eu parei de mexer com lavoura e produção de leite e mudei para outro ramo, não era aquilo que eu queria. Foi uma situação que levou a isso, mas eu sempre tive vontade e a ideia de voltar a ser produtor na lavoura. Essa foi uma das partes que a gente sentiu mais na época. Eu acho que ser produtor hoje é a questão de você produzir alimento. A vontade que a gente tem é que nunca falte isso para frente”, contou.
O orgulho também vem ao ver o filho, apaixonado pela agricultura, seguir os passos da família com dedicação e entusiasmo. “Ele desde pequenininho sempre gostou disso, inclusive chegou a fazer faculdade de agronomia, mas acabou parando pela dificuldade de logística de ir todo dia. Mas hoje ele tem um conhecimento muito grande de lavoura e gosta. Ele sempre acompanhou, sempre esteve junto. Então isso incentiva a gente a continuar a produzir. O entusiasmo dele com máquina, ver a lavoura quando está plantada, se desenvolvendo, o acompanhamento dele entusiasmado. Então isso gera em nós uma alegria em ver como a pessoa fica quando gosta daquilo que está fazendo”, destaca.
Com a experiência de quem já viveu as alegrias e os desafios do campo, Jair deixa um conselho para os novos produtores.
“Para quem está começando hoje, talvez você vai enfrentar dificuldades grandes, mas não baixe a cabeça, siga em frente, que cada dia é um dia. A gente nunca sabe o que vai acontecer amanhã, mas nós temos que ter fé, esperança e coragem para enfrentar uma batalha sempre, com as conquistas, com as derrotas, mas seguir em frente. O orgulho que a gente tem de ser produtor é ver que o Brasil hoje está se tornando um dos maiores produtores de grãos do mundo. O orgulho que a gente tem é de ter começado lá desde pequeno e ver essa evolução chegar no que chegou hoje. Com a nossa parte, com parte de todos os produtores do Brasil, eu acredito que é um orgulho ser produtor e seguir em frente”, finaliza.
Assim como Jair, muitos produtores rurais que escolheram Mato Grosso para viver e produzir carregam consigo a fé, a coragem e o amor pela terra, valores que fazem do agronegócio mato-grossense um exemplo de trabalho, superação e legado.
Por Marina Cintra - Assessoria de Comunicação
Foto: Mateus Dias/Aprosoja MT
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